Desde que se lançou em carreira solo em 1975, Ney Matogrosso tem se mostrado um artista como poucos no cenário da MPB. A começar da escolha do seu repertório até os cuidados com os seus shows, Ney prima pelo bom gosto e tem contemplado seus fãs com verdadeiras obras-primas musicais. Mesmo com um novo cd no mercado, a intenção aqui é revivermos um pouco da história desse ídolo da MPB, que com muita coragem e talento impôs seu estilo transgressor já no inicio da sua carreira. Falar em Ney na década de 70 era um verdadeiro escândalo! E foi assim sempre.
Quero destacar trabalhos e sucessos de Ney vivenciados por mim, nas manhãs e tardes de sábados e domingos, quando ouvia todas aquelas belíssimas canções, vivenciando naquela oportunidade, o inicio da carreira de um cantor que mais tarde se tornaria um ícone da música. Ney já emprestou sua voz para clássicos de Ary Barroso, Dorival Caymmi entre outros. Já gravou discos dedicados à Angela Maria e Carmem Miranda e também interpretou de Chico Buarque a Rita Lee. Mas nem por isso deixou de abrir espaços para novos compositores como Itamar Assumpção, João Ricardo e Fausto Nilo.
Quero aqui destacar discos como Sujeito Estranho, Pois É, Seu Tipo e Feitiço. Todos do final da década de 70 e inicio da década de 80. Um momento especial da MPB, de muita criação e a evidência de Ney como um grande intérprete da MPB. Não dá para falar de todos os sucessos, mas Vida Vida fazia parte da abertura da novela das 7, nao existia nada mais down do que Balada da Arrasada de Angela Ro Ro, Não Existe Pecado ao Sul do Equador foi outro grande sucesso, entre tantos outros. A minha preferida da época é Espinha de Bacalhau, de 81, onde Ney faz um dueto impagável com Gal Costa. Acho que a viagem musical com Ney nao acaba nunca, afinal foram tantos sucessos que nesse comentário nao couberam todos. Mas fica a certeza da contribuição de Ney para a boa e sempre presente MPB.
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